quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Lei Pelé, liberdade ou prisão?

           O assunto que vou tratar hoje teve como motivação a novela P.H. Ganso e sua saída do Santos. Novela que já deve durar mais de um ano. Mas antes de chegar a este assunto específico vamos, redundantemente, começar do início.

           Há alguns anos atrás os clubes eram "donos" do passe do atleta que possuía contrato. Com isto começou-se a falar que eles estavam presos aos clubes sem liberdade para transações para os clubes que gostariam de jogar, fosse por vontade ou motivados por melhor condição financeira. Então em 1998 foi aprovada a Lei Pelé que entre várias propostas teve mais destaque a criação do passe livre, onde o jogador teria liberdade para trocar de equipe. Todo mundo (empresários e jogadores) muito faceiros e eis que surge o direito econômico e a multa rescisória que voltaram a "prender" os jogadores aos clubes. Foi a maneira que as equipes encontraram de se proteger de oportunistas que buscam o lucro pessoal e não dão bola para a equipe formadora do atleta.

           Pois bem, todo mundo (equipes, empresários e jogadores) se adaptou a nova situação de multa rescisória e então os jogadores de talento continuaram presos com multas altíssimas e recentemente tivemos e temos dois casos clássicos de Oscar saindo do São Paulo rumo ao Inter de Porto Alegre e após para o Chelsea e agora com o Ganso. A novela Ganso parecia ter chego ao fim com o acerto do pagamento à vista por parte do São Paulo, porém o Santos falou que só libera após a DIS (detentora de parte do passe do jogador) retirar a ação que tem contra o Santos devido a uma outra transação, aliás a história deste processo é quase enredo de filme (se quiserem se informar mais http://globoesporte.globo.com/futebol/noticia/2012/09/ganso-peixe-confirma-acordo-com-tricolor-mas-ainda-nao-libera-meia.html#atleta-paulo-henrique-ganso).

              Bom no caso específico do Ganso temos alguns pontos. O atleta na época da renovação foi muito mal remunerado e hoje encontra-se com salário muito defasado. Muito defasado se ele estivesse jogando, pois faz algum tempo que está no estaleiro, ao melhor estilo "Podrinho" (Pedrinho ex-jogador do Vasco). Então a situação é a seguinte. O jogador tem um salário ruim, para os padrões de jogador, e longo, até 2015, não está interessado mais em jogar em um clube onde é subvalorizado. O clube tem os direitos econômicos do jogador e sabe que assim que ele sair, se não se machucar, voltará a atuar em alto nível e sua futura equipe lucrará muito e por isto não quer liberar por pouco. E então temos um jogador que não joga e uma equipe pagando salários a toa. Um ponto interessante é que o contrato até 2015 está assinado e na época o jogador achou interessante, porém sem a vontade de atuar este contrato acaba não valendo nada e aí é a grande questão, da qual eu não tenho uma opinião formada.

                  Até que ponto uma equipe deve "prender" um jogador? Até que ponto um contrato, baseado na lei, tem mais validade que a vontade de jogar em determinada equipe?? O jogador  pode fazer corpo mole pra querer se livrar de um contrato assinado por ele?? Enfim, um assunto polêmico, pois se o jogador quiser ser mau-caráter, não joga mais e só sai para o time que ele estiver afim e o clube fica com o abacaxi pra descascar. Abacaxi que só existe porque os clubes são obrigados a impor altas cláusulas para não ter seus jogadores roubados por empresários picaretas. E empresários que passaram a existir em maior quantidade após a lei Pelé, que tinha justamente a intenção de facilitar as negociações dos jogadores de um clube para outro.

Abraços,
Rabugento Tricolor

Um comentário:

  1. mto bom.. sou a favor da volta do passe mesmo. chega de picaretas, DIS etc.

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