terça-feira, 21 de agosto de 2012

Fanfarronices no Futebol. Bons Tempos.


   
Vasculhando as notícias futebolísticas diárias me deparo com o "Projeto Túlio a 1000". Aos 43 anos Túlio reestreará pelo Botafogo no dia 15/09 em Juiz de Fora. Confesso que estou na expectativa há muito tempo pela espera do milésimo gol deste fanfarrão (no bom sentido da palavra). Não entro no mérito de como é feita sua contagem, não me interessa. Pra mim o Túlio Maravilha não será marcado na história do futebol mundial como um baita centroavante e sim por ser uma lenda no assunto polêmica e isto que realmente importa na chegada dele aos mil gols. 

Este projeto do Túlio traz à tona um assunto que muitas vezes passa despercebido. O futebol está chato, não só o futebol, mas a vida. Tudo tem que ser politicamente correto e isto está fazendo com que tenhamos cada vez menos pessoas bem-humoradas e que os assuntos sejam levados a sério demais. Hoje se um jogador é marrento acaba sendo estereotipado como arrogante. Se alguém coloca uma palavra fora do lugar já é acusado de menosprezar ou provocar alguém. Tudo é levado para o pessoal e serve como motivação para um time contra o outro, tudo é ofensa, tudo denigre, tudo é absurdo, tudo é preconceito, enfim tudo é bullying. Antigamente os jogadores tiravam sarro um do outro e depois saíam beber junto, hoje se fizerem isso são considerados traidores e podem ter até a integridade física ameaçada.


Sinto saudade de dirigentes, jornalistas e, principalmente, jogadores fanfarrões. De aviões com faixas provocativas ao rival. Daqueles que falam antes de clássicos, provocam, "denigrem humoristicamente" o adversário.  Aquela provocação sadia que rola entre torcedores comuns e que, muitas vezes, ocorria e deveriam continuar ocorrendo no meio profissional.

Quem não lembra das máscaras do Paulo Nunes, das frases do Vampeta, das tiradas do Edilson Capetinha, das comemorações do Edmundo, das bandanas, comemorações e declarações do Viola e Romário e de muitos outros jogadores que faziam o futebol mais alegre, divertido e politicamente incorreto.

Quem não torce por Túlio Maravilha e seus 1000 gols?? Sinto falta inclusive das provocações que levavam a pancadarias de fim de jogos. O problema é que por levarmos tudo tão a sério, tem torcedores que acham que aquilo é a vida deles e se der uma briga no campo a mesma tem que ser levada para fora do estádio. Mas eu, particularmente, sinto falta até das embaixadinhas do Edilson e das brigas Danrlei x Valber.

E por fim uma frase de Dorothee Solle, téologa alemã, como resposta a um jornalista: "Como a senhora explicaria a um menino o que é felicidade? Não explicaria. Daria uma bola para que ele jogasse..."

Abraços a todos
Rabugento Tricolor.

4 comentários:

  1. Não é o futebol, é o mundo que está mais chato. Vivemos a era do politicamente correto, do moralismo, da hipocrisia. Não há espaço para as piadas, a tiração de sarro, o bom-humor. Tudo é ofensa, racismo ou dano moral. Admirável mundo novo. Tomem suas pílulas, botem um sorriso falso na cara e esperem o doce abraço da morte.

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    1. Certeza. Hoje em dia os trapalhões seriam processados por danos morais.

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  2. Realidade, está totalmente correto. A única coisa que não concordo é que saiam beber juntos, afinal Dinho e o mesmo citado Válber já brigaram até em bar hahah
    Mas realmente, faltam esse "comédias" que ainda por cima, jogavam bem.

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  3. Como foi repetitivamente citado em alguns posts anteriores, nao temos nem mais os tradicionais volantes batedores (Dinho, Gravensen, Sandro Goiano) muitos menos atacantes trombadores. Quem me dera surgisse um novo Tulio, um Viola, um Romario, pra trazer graça novamente ao futebol. Acho que o unico que faz isso atualmente e consideram ele arrongante è o Balotelli.

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