domingo, 22 de julho de 2012

Pátria amada, idolatrada, salve salve???


Confesso que não costumo parar com minha rotina diária para acompanhar jogos da seleção brasileira. Ontem não foi diferente disso.
Mas algo me deixou feliz ontem quando cheguei a minha casa e vi a vitória do Brasil frente à Grã-Bretanha. A mídia nos diz que estamos vivendo um momento áureo de nossa economia, refletindo-se no futebol, onde conseguimos segurar a venda de nossos jogadores para o exterior. Ao ver os melhores momentos, com lances de Lucas, Neymar e Damião, me alegrou pensar que a nossa seleção, com jogadores que atuam em nosso país, pode fazer frente a qualquer seleção do mundo. Ledo engano meu.
Não pelo fato de que nossa seleção não pode fazer frente às outras, mas sim por achar que a seleção que entrou em campo ontem é feita de craques que atuam no Brasil. Dos 18 selecionados para a seleção olímpica, temos apenas 7 jogadores que atuam no Brasil (contando com o Oscar, que, pelo que tudo diz, não retorna mais ao Inter). Ou seja, numa seleção sub-23, estamos longe de ter 50% do elenco atuando em território brasileiro.

        Isso me faz lembrar aquela seleção favoritíssima à Copa do Mundo de 2006. Brasil liderava de longe o ranking FIFA, vínhamos de vitória na Copa das Confederações, Ronaldinho Gaúcho sendo comparado a Pelé, aparecendo em 11 a cada 10 propagandas em intervalos comerciais. Mas na hora que a bola rolou, vimos um time sem alma, sem compromisso. Mas vamos exigir o quê? Uma seleção com 23 convocados, dos quais 20 atuavam fora do país (veja na tabela seguinte), que se concentra na Suíça e que não vem ao Brasil nem ao menos para ser saudado pela torcida na despedida. Era uma seleção apátrida!























Minha esperança é pela valorização do nosso futebol através da nossa seleção, não da valorização de jogadores ou de clubes do exterior. Felipão, em 2002, montou uma equipe com 13 dos 23 convocados atuando em clubes nacionais (tabela 2) e no final levantou a taça sem maiores sustos e com uma seleção que ficou conhecida como a Família Scolari! 


Quando me questionam se sou a favor de uma seleção formada apenas por jogadores que atuem no território brasileiro, sou sempre enfático ao dizer que sim. Esta é minha opinião pessoal e sei que é compartilhada por muito poucas pessoas no mundo da bola, mas que vejo como uma excelente saída para que nossa seleção sirva efetivamente para o nosso país, melhorando a qualidade de nossos torneios nacionais e formando seleções compromissadas com a torcida brasileira. Creio em uma saída mais fácil por esta forma do que aguardar que a nossa economia aquecida (que não consegue segurar jovens como Oscar, Sandro, etc.) bata de frente com a quebrada economia da Espanha, de Messi, Iniesta, Cristiano Ronaldo, Fábregas, dentre MUITOS, mas MUITOS outros craques.


3 comentários:

  1. Concordo com boa parte dos argumentos. Em geral nossas seleções não tem o "amor à camisa" que nós, como bom torcedores, queremos ver em campo. Agora não sei se a falta de compromisso se deve ao fato de nossos saírem do país muito cedo. Acho que não é só isso.
    Acredito que estamos num período sinistro em que os interesses econômicos (pessoais dos jogadores e dos grandes patrocinadores) estão acima da busca de títulos.
    Exemplo: em 2006 nosso dream team deixou de treinar para ir a um parque de diversões (evento organizado pela nike).
    Talvez seja tudo isso, ou simplesmente a falta de volantes.

    ResponderExcluir
  2. Tbm sou a favor de seleções com jogadores que joguem no Brasil. Porém sempre será mto difícil ter 11 batia jogadores jogando no Brasil. Hoje temos o único craque da atual geração jogando aqui, mas nao temos 11 ótimos jogadores. Além do mais a experiência contra jogadores de outro pais se faze necessária para uma seleção e os brasileiros soh vão ter isso jogando na Europa. Além disso, mesmo a seleção mais patriota citada por vc tinha poucos "brasileiros" entre os titulares, então foram campeões mais pelo técnico e pela quaalidade dos atleta do q pelo patriotismo.

    ResponderExcluir